O Maneirismo

Quando em 1520 e até ao início do século XVII se inicia a crise no Renascimento, alguns artistas quebram as barreiras da composição e da representação da figura humana optando por um novo caminho. Esta nova corrente é chamada de Maneirismo. Este foi também um período marcado por profundas mudanças na Europa, não só a nível artístico mas também religioso e político.
O nome surgiu da ideia de Giorgio Vasari para referir elegância “La Maniera”, a Maneira, (Maneirismo) de trabalhar de cada artista sendo que estavam fora dos cânones da arte do seu tempo e das normas ditadas pelo Renascimento.
São os pintores desta época que, afastados dos cânones clássicos renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz. Uma estética inteiramente original, distanciada dos cânones clássicos renascentistas, começa por se insinuar dentro das novas obras pictóricas. Os artistas passam a criar uma arte caracterizada pela deformação da figura humana e pela criação de figuras abstratas, onde não havia relação direta entre o tamanho da figura e sua importância na obra. Estávamos a delinear o futuro, que encontra paralelo no século XX.
O Maneirismo representa assim a oposição ao Classicismo e marca a transição entre o Renascimento e o Barroco.
Na anatomia maneirista, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem musculados do renascimento. Os rostos são agora melancólicos e misteriosos e surgem entre as vestes de um panejamento com cores brilhantes. A luz detém-se sobre objetos e figuras, produzindo sombras nunca utilizadas na pintura.
Na composição houve uma grande alteração, os protagonistas do quadro ou o centro de interesse já não se posicionam no centro da perspetiva ou da obra, mas em algum ponto da construção, para isso foram criadas novas leis para a composição, as quais ainda hoje fazem sentido. Tudo se torna mais natural.
Os artistas que merecem destaque neste estilo são el Greco, abrindo caminho para a arte moderna, mas também Tintoretto, Parmigianino e Giuseppe Arcimboldo entre outros.

Laocoonte, c.1610-1614, el Greco, National Gallery of Art, Washington, D.C