O Realismo

Em meados do século XIX a idealização do Romântico, da história, da sociedade e sobretudo, da natureza, deixa espaço para uma nova corrente que se interessa pela realidade. O Realismo surge assim após a revolução francesa de 1848.
Os fracassos revolucionários fizeram com que se abandonassem os temas sociais e históricos. A industrialização da França determinou o aparecimento de uma numerosa população operária vinda dos campos e que se acumula nas cidades, com isso as precárias condições das populações que sofrem profundas alterações e que se refletem nas ideologias dos artistas, tais como o trabalho infantil, a perda de condições dignas de vida, a pobreza e a fome, tão bem retratadas na novela de Victor Hugo, Os Miseráveis.
É por isso obrigação dos artistas denunciarem este sistema através das suas obras, para isso nada melhor que o Realismo. A realidade marcante.
O homem é representado nas suas tarefas normais e o tema da fadiga, da miséria e da exploração transforma-se em inspiração artística para os pintores da época.
Os paisagistas da escola de Barbizon, (pintores franceses paisagistas que viviam e trabalhavam na aldeia de Barbizon, nos arredores da floresta de Fontainebleau de 1835 a 1870), empenharam-se assim em representar a realidade e se propuseram transmitir um tipo de pintura diferente. A eles se deve o início da pintura ao ar livre, pois tomavam apontamentos diretamente na natureza para terminar os trabalhos no estúdio, mais tarde com a invenção dos tubos de tinta, os trabalhos eram totalmente pintados ao ar livre.

As Respigadoras, 1857, Jean François Millet. Musée d’Orsay, Paris